Voltando a vida no campo! Diário do campo. Parte 1:
Olá, hoje vou apresentar uma nova jornada que eu e minha família estamos atravessando. Que é a retomada da vida no campo. Meus antepassados foram desse meio, onde alguns foram donos de engenhos ou fornecedores de cana e criadores de animais no Estado de Alagoas. Mas ao decorre com o tempo muito de nossos familiares migraram para a cidade.
Nesse final de 2021, minha família conseguiu construir uma casa na fazenda Anun (fazenda de meu avó que já faleceu) em Joaquim Gomes – Alagoas.
Há vários anos atrás, conseguimos colocar energia elétrica na propriedade através do programa energia para todos. Que foi um programa que distribuiu de maneira gratuita energia elétrica para centros rurais em todo o Brasil. No entanto, não tinha casa adequada para minha família se instalar. Apenas possuía uma casa pequena que serve de suporte.
Com a graça de Deus, a nova casa ficou pronta. Tem energia elétrica, perfuramos um poço artesiano para captar água de boa qualidade.
Vou contar um pouco como foi esse 2 meses e alguns dias que se passaram. Além de está estudando Zootecnia na Ufal remotamente (por conta da pandemia) trabalhando na doceria da minha mãe e da minha mãe ( onde faço entregas dos bolos para quase toda região de Maceió), fiquei dando suporte ao meu irmão que engendrou todo essa construção da casa junto com sua esposa que é arquiteta.
Em média, viajavamos uma ou duas vezes por semana para ver o andamento da contrução. Foi tudo muito intenso, pois além de trabalhar, ainda continuei estudando e dando suporte na construção.
Apesar de quando pequeno ter vivenciado esse mundo rural mais de perto, os anos se passaram e a vida na cidade modifica muito nossa maneira de viver.
Mesmo assim, academicamente sempre estive ligado de alguma forma com as ciências agrárias.
A vida no campo não é para qualquer um. Requer coragem, força, persistência, paciência, inteligência e fé em Deus para crer que tudo vai dar certo.
Uma curiosidade que deparamos com essa retomada no campo é a árvore gameleira que encontra-se perto da casa.
Essa árvore é uma árvore praticamente centenária, e meu avô, sempre preservou ela e a mata que encontra-se da propriedade. A árvore gameleira, é conhecida por ter vínculos com a cultura de matriz africana. O que me chama a atenção é que essa árvore gameleira de lá do Anum é maior e mais antiga do que a gameleira do Quilombo do Palmares no município de União dos Palmares.
Pesquisando sobre essa árvore, me deparei com um certo tipo de culto que os africanos que vieram para o Brasil o realizavam nessa árvore. O arixá, que por sinal é um orixá raro, se chama Iroko. Como Joaquim Gomes é um município perto de União do Palmares (onde é localizado o Quilombo dos Palmares), acredito que essa árvore possui alguma ligação com algum quilombo de antigamente.
Um fato curioso com relação a essa árvore, foi as histórias dos pedreiros que nos contaram. Na primeira semana, disseram que quando chegavam perto dessa árvore, sentiam arrepios. Outro pedreiro, avistou uma espécie de fio ou corda voando perto da árvore e depois sumiu.
Outra curiosidade, é um dos pedreiros acharam no local, um artefato de um peça feita com carvão (possivelmente uma espécie de vaso ou tigela). Esse pedreiro me disse (não se se é verdade!) que esse vaso foi feita por um ser chamado de “macaco bravo”. Eu pesquisei sobre esse ser pela internet e não achei, ficou meio nebuloso como é essa figura mitológica da região. Eu não posso afirmar, mas pensando de forma antropologicamente é bom querer entender esse tipo de “folclore”. Esse pedreiro me deu um pedaço desse vaso e guardei. Quando tiver a oportunidade de mostrar a alguém que entenda de artefatos antigos o mostrarei.
Pois bem, esse espaço do Blog do Agro Interação vou deixar também reservado para escrever como uma espécie de diário da vida no campo.
Espero que com a benção de Deus essa nova fase de nossa vida possa ser repleta de prosperidade e paz e saúde.
Espero que vocês que acessam o portal Agro Interação gostem dessa nova maneira que vou abordar no site, que além de trazer informação e conhecimento do setor agrário, será uma espécie de diário do campo.
Para voltar ao tempo, disponibilizei essa foto logo abaixo da casa do meu avô Arlindo Gomes da Silva Rego e minha avó Carmem Buarque Gomes da Silva Rego na fazenda Anum junto com os moradores da fazenda. Era uma casa simples, mas aconchegante com muitas histórias! Observação: essa casinha não está mais de pé, foi caindo ao decorrer do tempo.
Por David Gomes Jatobá
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