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Para pecuarista do Brasil, baixa fertilidade do solo é maior desafio

Soluções para pastagens já foram pesquisadas e desenvolvidas pela Embrapa - Foto Ana Maio

Para pecuarista do Brasil, baixa fertilidade do solo é maior desafio

Pecuaristas e técnicos brasileiros elegeram, em 2019, a baixa fertilidade do solo como o maior problema para o desenvolvimento da atividade no Brasil. O levantamento online foi feito pela Embrapa – Embrepa Brasileira de Pesquisas Agropecuária – por meio de sua equipe de pastagens, e será utilizado para direcionar mmelhor a carteira de projetos de pesquisa com foco nas demandas do setor produtivo. A sondagem ouviu 712 produtores e profissionais que atuam na área entre julho e agosto. Do total, 42% indicam esse desafio.

Também foram cotados como principais obstáculos o elevado custo de implantação ou substituição do pasto, a dificuldade de manejo, a elevada redução da produção dos pastos na seca e os baixos níveis de fósforo no solo.

Na época em que foi aplicada, a sondagem foi amplamente divulgada entre o setor produtivo e as respostas vieram de todas as regiões do Brasil. O processamento dos questionários ainda está em andamento, mas a presidente do portifólio de pastagens (conjunto de projetos de pesquisas dessa área) da empresa, Patrícia Menezes Santos, já tem dados por biomas. Ela é pesquisadora na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP).

Pragas e invasoras

A diversidade da percepção por regiões é visível e deve nortear as pesquisas da Embrapa sobre o tema. No bioma Amazônia, por exemplo, a baixa tolerãncia ou resistência às cigarrinhas e a elevada infestação das pastagens por invasoras são problemas relevantes, apontados por 34% dos respondentes. Nos outros biomas, as invasoras preocupam no máximo 20% dos consultados no CerRado e 19% no Pampa.

Tecnologia

O levantamento também mostra as técnicas mais utilizadas nas pastagens formadas: pastejo rotacionado (62%), análise de solo (60%) e correção de solo com calcário (57%) foram as mais citadas. Já as técnicas mais usadas na formação de pastagens foram o preparo do solo (aração e gradagem, por exemplo), citado por 73% dos respondentes; análise de solo (66%) e correção de solo(63%)

Forrageiras

Com exceção do Pampa, foi alto o índice de entrevistados que afirmou não utilizar ou recomendar forrageiras temperadas. Já entre as forrageiras tropicais, as mais usadas ou indicadas foram o Capim Marandu (Braquiarão), com 47%, e o Capim Mombaça, com 39%. Pampa e Caaatinga foram os biomas que menos utilizam essas forragens. O Capim Buffel apareceu como o mais comum na Caatinga (42%) e o Tífton 85 como o mais usado no Pampa (29%).

Quase 68% dos responsáveis disseram não usar ou recomendar luguminosas. Nas Amazônia, esse índice chega aos 81%. As mais citadas foram Estiliosantes Campo Grande, Leucena e Guandu BRS Mandarim.

Na pergunta sobre o uso de “outras forrageiras”, a mais citada foi o milho (44%), seguido de pasto nativo (30%) e sorgo (26%). O principal motivo que pesa na escolha da forrageira pelo pecuarista é a recomendação técnica, segundo 41% dos entrevistados.

Soluções

De acordo com Patrícia, a Embrapa e outras instituições do SNPA (Sistema Nacional de pesquisas Agropecuária) já desenvolveram tecnologia que ajudam a solucionar parte dos problemas apontados pelos técnicos e produtores. A baixa fertilidade do solo, por exemplo, pode ser encarada a partir dos mapa de solo, de áreas degradas e de capacidade de uso do solo. “São estudos em escala mais regional que nos ajudam a dimensionar o problema, identificar as regiões mais críticas e traças estratégias de ação”, afirmou.

Outra solução é o desenvolvimento e recomendação de cultivares para condição específicas. “A Embrapa disponibiliza para produtores cultivares adptadas a condições de baixa fertilidade de solo, como aquele com baixo fósforo, presença de alumínio, entre outros”, falou Patrícia. Além disso, a empresa de pesquisa fornece ao produtor informações para que ele possa escolher o material mais adequado para sua condição específica. Essa informações estão em piblicações gratuitas, disponíveis no site e no aplicativo Pasto Certo.

A Embrapa também gera conhecimento sobre a resposta das cultivares aos nutrientes, o que serve de base para as recomendações de correção e dubação.

Se enquedram ainda como soluções as recomendações sobre uso correto de corretivos e fertilizantes em pastagens e o desenvolvimento e recomendação de cultivares de leguminosas forrageiras, que fixam nitrogênio atmosférico no solo.

Apesar das tecnologia já disponíveis, os resultados do levantamento feito pela Embrapa apontam que o problema ainda está presente e demanda atenção especial. A pecuária de precisão, o desenvolvimento de cultivares forrageiras, de bioinsumos e novos fertilizantes para pastagens e a adptação das recomendações técnicas de correção e adubação do solo à realidade dos sistemas de produção nas diferentes condições brasileiras podem contribuir para solucionar o problema e deverão ser foco da agenda de pesquisa da Embrapa sobre o tema Pastagens nos Próximos anos.

Fonte: Embrapa

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